Bates as tuas ondas fazendo som na
minha alma,
numa simbiose do meu corpo e da tua
água de sal.
A minha ilha, a ilha que me esmaga e
me abraça.
Que me conforta e angustia,
num misto de solidão e de paz,
de luz e de negro,
onde sempre me acho na inquietude,
onde me consolo no teu infinitamente
azul.
É aí que me encontro.
Quando saio de ti e te observo
imponente e poderosa,
frágil quebrando-se de tanto de
vida,
quando jorras as tuas águas
cristalinas,
as tuas terras lamacentas,
como se renascesses a cada tormenta,
a cada suspiro.
Sei que respirarei mais uma vez de
ti,
viverei mais uma vez no teu azul,
trazendo a tua vida
em cada gota de orvalho que me acorda
a pele.
Apenas nós, a tua música, a tua
metamorfose, a tua poesia.
Apenas nós dentro de nós, na ilha.