Queria eu ainda amar-te, sem adiar a saudade de tantas
existências, do amor ancestral em amanheceres indecisos.
Via-te caminhar com pés de algas e cheiro de mar, de um
qualquer horizonte pintado de purpura, ainda que renascendo da nostalgia da aurora
atrasada.
Queria eu ainda amar-te, antes de descer a escuridão e cair
a solidão, para não te adiar por mais um século.
Para ti escrevi a saudade, por ti adiei a morte.