Hoje recordo o gosto das amoras, quando esperava o tempo
Num tempo em que te embalava, no mistério sedutor de Afrodite
Recordo o teu mistério tentador
Quando construi a Esfinge para te guardar em mim,
Quando te preservei, num poder místico, que nem o tempo levou
Os meus olhos acostumados à penumbra
Olham-te na sedutora neblina do ocaso
Nessa tarde cálida onde adormecem os pássaros
E eu recordo o gosto das amoras
Poderá ser o teu mistério sedutor