Quando o ocaso
descia na aldeia e a montanha se iluminava de mornos raios laranja, chamando os
coelhos para fora das tocas, voltavam para casa os filhos da terra. Era o sol
dos coelhos à hora das ave-marias cantadas na igreja.
As mulheres nas
soleiras das portas, aqueciam seus corpos na hora do penteado das feiticeiras,
esperando seus homens que rasgando caminho corriam para seus colos.
Caía o mais severo
silêncio enquanto esmoreciam os últimos raios de sol e cada instante era festejado
na eternidade do orgasmo.
Quando o frio
respondia da montanha e os coelhos recolhiam às tocas, deixavam estes homens as
suas mulheres, prenhas de tristeza e saudade e tudo se transformava em tempo
até o próximo sol.
Olá, Rita!
ResponderEliminarQue prosa tão agradável, acessível, real e ternurenta, a tua!
É assim o cotidiano dos que amam. O pôr do sol traz, sempre, coisas boas e põe em prática, concretiza desejos, imperando o sagrado e orgástico silêncio.
Depois, como sempre, num momento, numa eternidade, partem os homens. As vontades vão-se criando até ao crepúsculo do próximo acontecer.
Boa sexta e melhor fim de semana. Em Lisboa chove. Eu espero o sol.
Beijos.
Um texto bonito, aparentemente despretensioso, mas, na minha opinião, com grande profundidade. Os opostos em evidência.
ResponderEliminarCom um "obrigada" pela presença constante e pelas palavras de carinho, desejo que o Novo Ano lhe traga dias muito felizes, junto de toda a família.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Uma aldeia tão humana...
ResponderEliminarabraço Rita
Gostei do texto
ResponderEliminarmas aquela forma de contar
simboliza a tristeza
que vive do sol
e entra nos corações apertados
quando esse sol desaparece!
Entendo o que pretende dizer
e mostrar!
Maria Luísa Adães
o eterno retorno,
ResponderEliminara sua aldeia de sol
um abraço, Rita
O entardecer, tão lindo mas que trás por vezes uma certa nostalgia.
ResponderEliminarExcelente texto
Beijinhos
Maria
Um apeadeiro de vidas nuas e cruas
ResponderEliminarBj
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ResponderEliminar~ Os difíceis dias de inverno no campo,
muito bem enquadrados e definidos, no seu cerne.
Apesar do tempo turbulento, dias sorridentes e agradáveis.
~~~ Beijinho. ~~~
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As memórias da aldeia com a aparente calma a fervilhar na hora do crepúsculo.
ResponderEliminarUm excelente texto.
Um beijo.
Belo texto, Rita! Poesia em prosa, que nos transmite a nostalgia e o encanto do crepúsculo nas aldeias! Boa semana.
ResponderEliminarmemórias e o ciclo dos tempos.
ResponderEliminarexcelente!
beijo
:)
Um belo relato das memórias da aldeia.
ResponderEliminarNuma excelente prosa, que dá imenso gosto ler.
Rita, bom resto de semana.
Beijo.
Um retrato muito poético de palavras.
ResponderEliminarbeijinho amigo
:) tão bonito, um beijinho e um bom fim-de-semana!
ResponderEliminarBoa tarde, impossível esquecer a beleza do por do sol da sua aldeia, simplesmente é maravilhoso.
ResponderEliminarAG
Hoje vim agradecer a você por todas as vezes que carinhosamente esteve no meu blog e pelos comentários delicados que me deixou. Infelizmente nem sempre eu tenho tempo para te agradecer e te visitar, porém jamais me esqueço de você... Muito obrigada...
ResponderEliminarBeijos
Ani
HTTP://cristalssp.blogspot.com.br
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Na minha aldeia, em temos idos também era assim o cotidiano das pessoas. A aldeia continua a mesma no nome, na localização, mas no mais, tudo mudou. Poderei dizer que está melhor, a minha aldeia; becos se transformaram em caminhos e elas estradas, casebres em bonitas casas, paredes de cascalho em resistentes muros de cimento. Vou lá e volto com saudade e nostalgia; procuro as pessoas e não as encontro; nos campos foram substituídas pelas máquinas e algumas já partiram. Está mais bonita, a minha aldeia, mas falta-lhe o encanto das mulheres sentadas nas soleiras e das crianças brincando nas eiras. Não se vê crianças na minha aldeia.....a escola as ocupa e a brincadeira só no recreio. Rita, muito obrigada por este belo momento. Um beijinho e votos de que estejas bem.
ResponderEliminarEmilia