Quando o ocaso
descia na aldeia e a montanha se iluminava de mornos raios laranja, chamando os
coelhos para fora das tocas, voltavam para casa os filhos da terra. Era o sol
dos coelhos à hora das ave-marias cantadas na igreja.
As mulheres nas
soleiras das portas, aqueciam seus corpos na hora do penteado das feiticeiras,
esperando seus homens que rasgando caminho corriam para seus colos.
Caía o mais severo
silêncio enquanto esmoreciam os últimos raios de sol e cada instante era festejado
na eternidade do orgasmo.
Quando o frio
respondia da montanha e os coelhos recolhiam às tocas, deixavam estes homens as
suas mulheres, prenhas de tristeza e saudade e tudo se transformava em tempo
até o próximo sol.