quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Silêncios



Era o silêncio das aves noturnas,
onde a música dos grilos te enchiam de paz,
e a tua alma vagueava entre dimensões de luz.

Seria a floresta encantada,
aquela que te trazias para dentro de ti,
como se o mundo deixasse de ser mundo e tu,
eras apenas tu, despido e ausente.

Era assim o teu mundo fora do mundo.
Florestas imensas de silêncio,
refúgio vazio de gentes,
e esse desejo doido de mergulhar na noite selvagem e pura.

Seria o silêncio, onde os teus gritos se desvanecem,
e sob a lua azul calas a voz,
em eternos momentos de essência.



3 comentários:

  1. Um texto literário muito poético com um imaginário muito belo. Gostei de ler, Rita.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  2. Excelente prosa poética Rita.
    Quando as palavras emudecem e já não refletem qualquer luz, descem serenamente até à mais profunda intimidade, num denso enigma, num indisfarçável e cúmplice silêncio!

    Gostei muito! Uma boa semana para ti.

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