Eram feitos de música, os teus
passos, quando chegavas sem hora marcada, sempre nas marés altas, onde a lua
cheia iluminava calmamente o teu caminho até mim.
E eu preparava o meu coração, a
minha pele com banho de jasmim, o meu corpo sereno e desperto, te aguardando
sem pensar em despedidas. Mas sim, essa foi a última noite que se ouviu a
melodia da harpa no meio da praia, a última noite que estiveste em mim
mergulhado, como se o amanhã não fosse acontecer.
E agora, sempre que batem as
ondas no ilhéu anunciando a vinda da maré, eu caminho na estrada de prata até
sentir a areia molhada. E sim, espero
debaixo da estrela com o teu nome, porque mesmo não te vendo com os meus olhos
marejados de água, consigo sentir o teu cheiro a algas, como se o mar te
guardasse só para mim.
Sim, o mar guarda-te só para mim,
porque só eu consigo ouvir-te na melodia das marés, só eu consigo ver-te na
estrela polar, só eu sinto a tua vida tornando a morte numa miragem.
Quando voltarem a subir as marés
lá estarei, meu amor, levarei a minha harpa e tocarei para as estrelas a tua música
até que o mar te desperte.
Impossível ler e não mergulhar na magia dessas águas de amor!
ResponderEliminarFoi um presente achar o seu blog!
Um abraço carinhoso
Lindíssimo texto, com uma escrita esteticamente muito bela e plena de sentimento.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Memórias vivas
ResponderEliminarna lucidez das marés
Memórias vivas
ResponderEliminarna lucidez das marés
"Banhei" os meus sentidos nesse amor, que tão bem descreves.
ResponderEliminarBeijos e bom 2019.
Poetizando com excelência uma saudade imensa...
ResponderEliminarMuito expressivo e intenso...
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