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Tocam os sinos na torre da igreja sobranceira
ao mar. Clamam ave-marias nos fins de tarde que chamando as viúvas da terra, entregues ao medo da cruz.
Mas foi assim, num fim de tarde ao
som dos sinos com o mar perfumado de sargaço rebentando ondas no ilhéu preto,
que acreditei na vida de tudo, seja das plantas, do mar, das estrelas, até do
rochedo preto com forma de leão, plantado no mar frente à igreja qual guardião
da costa.
E continuei a acreditar, mesmo
durante as iras de Posídon, em que desaparecias no mar nas noites de luas de
prata e eu, plantada no muro da igreja te esperava, ouvindo a tua voz vinda de
um buzio, que voltarias a viver.
Sendo eu dona legítima de tudo o
que sinto, ainda acredito que tudo o que amo vive comigo para sempre.
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