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Aquela aldeia no norte da ilha mercê de marés caprichosas e montanhas ventosas, invadia-me a alma com uma nostalgia misteriosa ensinando-me a ler a poesia dos homens.
O murmulhar das árvores nas noites invernosas levavam-me para a rua em busca da lua, numa tentativa de fuga às velhas profecias das bruxas de então, e eu recebia a dose certa de solidão e amor, de tristeza e paz, num ritual que me conduzia à compreensão de mim.
Deixei um pedaço de mim no calhau das lapas e segui pelas ruas e cruzamentos. Todos me conduziram ao mesmo ponto: a certeza de ter vivido uma poesia por mim inventada, numa aldeia esquecida no norte da ilha.