domingo, 25 de novembro de 2012

Entre Vidas






Procurei nos rostos que a vida me trouxe
Aquele que a saudade diz-me existir
Procurei tanto o teu rosto
 Que te via chegar nas neblinas mornas do ocaso
E perdia a razão embebida na saudade de vidas ancestrais

Talvez por não te conhecer nesta vida  
A chama que te criou em mim
Não me deixa morrer sem te amar

Não sei a hora, mas sei o tempo, que encontrarei o teu vulto
E a névoa findará num sopro morno de sol
Onde o balsamo da tua pele me despertará
Deste sono anónimo que me escondi
 
E o poeta chamar-te-á sol
E eu:  luz



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Foge comigo para fora do mundo




Foge comigo para esse vazio,
Para o arco-íris que nos leva
 aos confins do mar.
Foge comigo para fora do mundo
Vem sentir a beleza do nada,
Vamos  viver no vazio esculpido de sol,
 onde o ar é luz e o céu flores,
e as sombras fogem da mente

 
Vamos cinzelar o vazio,
 pintar o universo, acender as estrelas

Vem sentir o amor
Só o amor

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Resta-me pedir ao mar







Deixei a vida vestir-me de melancolia,
Extinguirem-se as flores e me perder
num jardim abstracto de sombras vadias.
Deixei ir o destino, um dia, junto ao promontório,

Resta-me pedir ao mar
O sorriso da criança, foragida na magia,
E sentir o poema que abraça a incerteza
 que soletra o inexprimível,
lançando-me na solidão pacífica

Resta-me pedir ao mar o abraço de Posídon
a memória da criança
E, se um dia o mar me ouvir

Resta-me ser feliz